Muitas lendas sobre sereias, damas dos lagos e demais espíritos aquáticos sobreviveram até os nossos dias. Na realidade, trata-se de uma categoria mais evoluída de fadas que operam no interior do elemento, já que a natureza das ondinas é bem mais primária e menos desenvolvida. Os espíritos da água aparecem com maior freqüência sob forma feminina, mas formas masculinas como os tritões também estão presentes entre os espíritos mais evoluídos do elemento. As ondinas colaboram para a manutenção de nossos corpos astrais. Despertam e estimulam a natureza emotiva. Realçam nossas intuições psíquicas e respostas emocionais. As energias da criação e do nascimento, assim como a premonição e imaginação criativa,pertencem a seu domínio.
Também nos ajudam a absorver, digerir e assimilar as experiências da vida para que façamos pleno uso delas. Além disso, é graças a elas que sentimos o profundo êxtase presente nos atos vitais criativos, seja de natureza sexual, artística ou até no cumprimento dos deveres com o toque emocional adequado.
As ondinas freqüentemente fazem sentir sua presença no plano onírico. Sonhos em ambientes aquáticos ou que transbordam sensualidade espelham a sua atividade permitindo um aumento da criatividade em nossas vidas. O trabalho com elas nos ajuda a controlar e direcionar a atividade onírica, bem como a fortalecer o corpo astral, possibilitando vivências mais nítidas e conscientes durante viagens aos planos astrais.
Uma ondina em particular nos acompanha ao longo de toda a vida. A sintonia com ela possibilita o contato com outros seres de seu elemento. Esse nosso elemental pessoal da água desempenha funções importantes no tocante à circulação dos fluidos corporais, tais como o sangue e a linfa. As enfermidades sangüíneas contaminam as ondinas, e atam-nas, contra sua vontade, ao karma e aos efeitos indesejáveis da enfermidade
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Sempre que abusamos de nossos corpos, abusamos também das ondinas, pois, uma vez designadas para acompanhar um ser humano, são obrigadas a sentir esses efeitos negativos, inclusive porque dependem de nós para o seu crescimento e só evoluem à medida que também o fazemos. A conexão insatisfatória com nossa ondina pessoal e demais seres do reino das águas gera distúrbios psicológicos, emocionais e até psíquicos. A compaixão faz-se ausente. Deixamos de confiar em nossa intuição e desenvolvemos um medo desenfreado da dor. Pode não acarretar a total perda da sensibilidade, mas no fará parecer frios aos olhos alheios. A falta de simpatia, de empatia e de amor à vida invariavelmente refletem falta de entrosamento com as ondinas e demais espíritos desse elemento, os quais dirigem nossa atividade emocional. A ruptura com esse equilíbrio harmônico aumenta a presença de toxinas no organismo, pois o elemento água já não flui livremente para desempenhar sua função purificadora.
Por outro lado, uma ligação exagerada com tais elementais pode nos afogar emocionalmente, tornando-nos contraditórios nos sentimentos. A retenção de água no organismo é um bom indício físico de que isto está acontecendo. Quando tal ocorre, passamos a maior parte do tempo concentrados em nossos pensamentos. A imaginação torna-se pronunciadíssima e evidencia-se nas ações uma tendência ao extremismo.
O excesso do elemento água nos torna compulsivamente passionais, além de gerar exagerada sensualidade, medo e isolamento. Passamos a dedicar grande parte do tempo a anseios e delírios emocionais, em detrimento de ações concretas. Disso resulta uma acentuada sensação de vulnerabilidade.
Por intermédio de nossa ondina pessoal, entramos em contato com os sentimentos e emoções mais profundas do nosso ser e despertamos para a unicidade da criação. Elas nutrem nossa capacidade de sustento e suprimento, e descortinam diante de nós um vasto oceano emocional onde podemos encontrar compaixão curativa e intuição. Em razão de sua natureza fluídica, a melhor maneira de controlar as ondinas é por meio da firmeza.
Além de dominar os rios, mares e lagos, as ondinas ou elementais da Água trabalham com as essências e líquidos vitais existêntes em plantas, animais e seres humanos. Algumas habitam as cascatas e podem ser vistas totalmente imóveis em meio à corrente ou saltando alegremente na espuma produzida pelas quedas d’água. Há as que dominam os rios e lagos, e as que preferem os pãntanos e lodaçais para estabelecer sua morada. Mas, seja qual for o lugar onde vivem, as ondinas são sempre muito bonitas e sentem uma grande simpatia pelo ser humano. Certas lendas afirmam até que elas podem viver algum tempo entre os homens, embora acabem sempre cedendo ao chamado das águas e retornando para os rios ou para o mar. Aliás, muitas ondinas têm urna estatura semelhante a dos humanos, como as sereias citadas nas lendas de vários países. Mas há também ondinas menores, como as que habitam riachos e fontes, e outras muito diminutas, que vivem nas folhas flutuantes dos lírios e em minúsculas casas feitas nos musgos criados pelas quedas d’água.
Tipos mais conhecidos de Ondinas
Sereias:
Uma das figuras que mais influenciaram a mitologia, as sereias têm um aspecto bem conhecido: metade do corpo lembra uma mulher, metade lembra um peixe. Algumas enfeitam-se com grinaldas luminosas e gostam de cantar um canto suave e lírico.
Dama Branca:
Uma das ondinas mais admiradas pelos estudiosos dos elementais, essa ondina aparece como urna mulher esguia e bela, envolta por um vestido longo e diáfano, e de estatura semelhante a dos humanos.
Bebês-D'Água:
Esse é um tipo muito curioso de ondina, os bebês-d’água têm esse nome porque realmente parecem bebês gordos e rechonchudos. Essas ondinas especiais têm o poder de recarregar nossas energias.
Invocação às Ondinas
Eu vos saúdo, Ondinas,
Que consituís a representação do elemento água,
Conservai a pureza da minha alma,
Como o elemento mais precioso, da minha vida e do meu organismo.
Fazei-me pleno de sua criação fecunda,
E dai-me sempre intuição de forma nobre e correta.
Mestres da água,
Eu vos saúdo fraternalmente,
Amém.
Oração das Ondinas
"Reis terríveis do mar, vós que tendes as chaves das cataratas das profundezas e que encerrais as águas subterrâneas nas cavernas da terra; reis dos dilúvios e das chuvas da primavera,
a vós que abris as nascentes dos rios e das fontes,
a vós que ordenais à umidade, que é como o sangue da terra, de tornar-se seiva das plantas,
nós vos clamamos e vos invocamos.
A nós, vossas móveis e variáveis criaturas, falai-nos nas grandes comoções do mar e tremeremos diante de vossas impiedosas ondas;
falai-nos também no murmúrio das límpidas águas, e desejaremos o vosso amor.
Ó imensidade na qual vão perder-se todos os rios do ser, que sempre renascem em vós!
Ó oceano das perfeições infinitas! Altura que vos mirais na profundidade;
profundidade que exalais na altura, levai-nos à verdadeira vida pela inteligência e pelo amor tríplice!
Levai-nos à imortalidade pelo caminho mágico,
a fim de que sejamos considerados dignos de vos oferecer,
um dia, a água, o sangue e as lágrimas, para que possamos renascer na espiral sagrada.
Que assim seja e que assim se faça."